quarta-feira, 5 de maio de 2010

AGENDA CULT


AS BONDOSAS


Um dos grupos mais atuantes e premiados do teatro paraibano volta à cena, após 12 anos com o espetáculo como nasce um cabra da peste e o infantil pinochio, a Agitada Gang, estréia As bondosas – uma farsa do pau’oco, com texto do cearense Ueliton Roncon e direção de Elias Lima, em cena Dada Venceslau , Madalena Accioly e Edílson Alves, prêmio Funarte/Petrobrás de Teatro Miriam Muniz 2008.

A montagem do texto As Bondosas reúne em minha concepção três aspectos importantes a se ressaltar: uma tradição, uma dramaturgia e o jogo da cena. A tradição teatral da Agitada Gang que passeia pelo universo do infantil, do cômico e da raiz nordestina em suas produções, uma dramaturgia que se apóia no farsesco para dialogar com questões morais e religiosas e o jogo cênico que dá a cena liberdade para explorar as capacidades do hilário, do caricato e do cômico no exercício do ator. Comenta Elias Lima diretor do espetáculo.

Serviços:

As Bondosas
Uma farsa do Pau’oco.
Teatro Santa Roza – 20 hs.
Sextas, sábados e domingos (até o dia 23/05)
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (estudante e idoso acima de 65 anos).
Maiores informações: (83) 9981-6520 /8831-6521 / 3218-4383
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A comédia “s Bondosas” reúne existencialismo, filosofia e uma boa história sobre a alma feminina. Os personagens principais se chamam Astúcia (Dada Venceslau) Angústia (Madalena Accioly) e Prudência (Edílson Alves), o que já dá a idéia do tom que a trama pretende passar ao espectador.

O texto de Ueliton Rocon dialoga com o mito da mulher de Ló, para contar uma trama sobre o que acontece quando as pessoas percebem a necessidade de percorrer outros caminhos, mas se sentem presas àquilo que já conhecem. Astúcia, Angústia e Prudência são carpideiras (mulheres que acompanham enterros aos prantos, sem, necessariamente, conhecer o morto) que vivem completamente apegadas ao modo de vida no qual sempre estiveram. São figuras típicas (e até certo ponto, míticas) do interior brasileiro.

A vida das carpideiras/rezadeiras transcorre aparentemente normal (ou seja, como todos nós, com suas transgressões sociais/morais escondidas debaixo de sete panos); elas choram, rezam, cantam e desfiam a vida alheia (como toda boa beata), até que certo dia elas são encarregadas de velar o corpo da filha mais jovem de uma família aristocrática. No decorrer do velório, as três carpideiras se deparam com uma série de hilárias e incomuns situações, que as levarão a confrontar as suas crenças e convicções e a descobrir importantes revelações sobre si mesmas.

Transformando aos poucos um velório no palco da discussão de valores morais e da rigidez de uma sociedade que formatam nas carpideiras um símbolo de resistência das tradições ibéricas que tanto sustentam nossa identidade nordestina e o universo feminino que explode nos desejos escondidos, a encenação procurou responder aos conflitos que o cearense Ueliton Roncon carpiu n’As bondosas. Passeando pela universalidade de Lorca e Nelson Rodrigues, o texto e a cena propõem um jogo divertido entre o olhar dessas mulheres e uma sociedade que teima em não vê-las. Um novo amanhecer se revele cheio de surpresas e o público é convidado a velar entre risos e lágrimas junto com Prudência, Angústia e Astúcia o surpreendente nascimento de uma nova vida com que a Agitada Gang brinda o teatro paraibano.

Na técnica estão Thiago Henriques execução de sonoplastia, Eloy Pessoa (criação e execução de iluminação), Roberto Assunção (contra-regragem), Nelson Alexandre (execução de cenários), Leo Mendonça e Adriano Bezerra (criação e execução de figurinos) José Maciel (partitura corporal) Wilame AC (criação sonora). Produção de divulgação: Giovanna Gondim, Wagner Nascimento e Antonio Hino. Realização Agitada Gang – Trupe de Atores e Palhaços da Paraíba.
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