Edificado no século XVII, a partir de 1762, o Centro Histórico de Bananeiras vai poder agora ser conhecido das futuras gerações.
O Conselho Deliberativo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) aprovou, por unanimidade, a delimitação da poligonal urbana e tombamento do centro antigo daquele cidade brejeira.
“Esta decisão do Conpec, dentre outros motivos, justifica-se pelo valor do rico patrimônio histórico e ambiental de Bananeiras, que teve origem durante o apogeu da economia cafeeira naquela região”, destacou o diretor do Instituto, Damião Ramos Cavalcanti.
Além da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento, estão inseridos na área do Centro Histórico os casarios e sobrados dos barões da época do café.
“Este patrimônio, edificado pela aristocracia do Brejo, foi fruto da acumulação de capital. Houve um grande investimento em bens culturais de alto valor histórico e arquitetônico”, explicou o antropólogo Carlos Alberto Azevedo, chefe da Divisão de Sítios Históricos e Ecológicos do Iphaep e autor do parecer histórico aprovado pelos conselheiros.
História – A cidade de Bananeiras está localizada no Brejo paraibano. Segundo uma lenda, em 1762 o caçador Gregório da Costa Soares foi capturado pelos índios da tribo sucuru.
No momento em que ia ser morto, ele invocou a ajuda de Nossa Senhora do Livramento, conseguindo então escapar da tribo. Em reconhecimento à proteção divina, resolveu edificar a margem de uma lagoa, a capela em homenagem à protetora.
Foi assim que surgiu o primeiro imóvel da região, que deu origem à então Povoação de Bananeiras. Somente no final do século XIX, em 1879, é que Bananeiras passou à condição de cidade, quando o presidente da Província da Parahyba, José Rodrigues Pereira Júnior, sancionou a Lei nº 690. Porém, a capela inicial foi demolida, sendo edificada no mesmo local a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento, cuja obra de construção contou com a ajuda do Padre Ibiapina e da comunidade local.
O processo – Em 2005, a prefeita Marta Ramalho encaminhou ao Iphaep o pedido de tombamento do Centro Histórico de Bananeiras. Um processo foi aberto, realizando-se inicialmente um parecer histórico do município.
Mas, somente no começo deste ano, o inventário de cadastramento dos bens imóveis foi efetivado por determinação do Iphaep, pelos técnicos Raglan Gondin, Darlene Karla Araújo e Daniel Chrockatt de Sá Marques, que estiveram na cidade e levantaram a situação de conservação de dezenas de edificações, em especial aquelas que estão situadas na área central da cidade.
Para efeito da delimitação da poligonal urbana e tombamento do Centro Histórico bananeirense foram realizados os seguintes procedimentos: localização do bem - incluindo categoria, proteção existente, contexto, propriedade e estado de preservação; dados históricos, planta/croqui de situação, fachadas e plantas baixas, uso, tipologia e data de construção, além de breve descrição arquitetônica, valor da edificação, relação com o entorno e estado de conservação.
Com base nestes dados, houve a classificação dos imóveis em quatro tipos: conservação total, conservação parcial, reestruturação e demolição possível, destacando-se as diretrizes básicas que deverão nortear qualquer intervenção destinada à restauração, reforma, reparação, adaptação e instalação de atividades e de publicidade comercial, na área tombada do município de Bananeiras.
Da Ascom do Iphaep
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